As relações econômicas são fruto do desenvolvimento e das dinâmicas sociais, e, por isso, os aspectos da economia sempre exercem grande influência nas teorias e metodologias das ciências geográficas. Para pensar essa relação, surge a Geografia Econômica.
O que é?
A Geografia Econômica é um ramo de estudos ligados à Geografia Humana, que explora a localização, distribuição e organização das atividades econômicas nos lugares do planeta. Ela aborda questões ligadas à exploração da matéria prima, indústrias, atividades comerciais, rotas comerciais, transporte e oscilações no valor imobiliário, em uma análise de todos os aspectos da Terra que se relacionam à economia, porém, o seu foco é a Indústria.
Esse foco se dá desde a sua origem, em que os estudos da Economia envolvem fatores de oferta, demanda e produção de produtos no mundo em busca de alvos de formação de riqueza. Dessa maneira, com o desenvolvimento das Indústrias e de uma política de produção e comercialização em massa, a Geografia Econômica passou a ser de grande valia.
As cartografias espaciais das atividades econômicas de uma região, juntamente com outros fatores, como acesso ao mar, presença de matéria prima, etc, são de importância significativa nas decisões econômicas de uma empresa, que vão desde sua instalação até a execução de novos projetos e inovações.
Qual a importância da Geografia Econômica?
Observa-se que o desenvolvimento de uma determinada atividade econômica pode florescer em alguns lugares e em outros não, mesmo havendo mobilidade tecnológica e monetária. Dessa forma, a grande importância da Geografia Econômica se dá no estudo dos fatores e potencialidades econômicas de cada lugar do mundo, além de uma análise crítica do desenvolvimento econômico em escala global. É justamente pelo comportamento dos diversos agentes econômicos, que são: produtor, consumidor, políticas públicas e empresariais – que as estruturas de um espaço econômico podem ser definidas em territórios.
Sua importância não se dá apenas para o desenvolvimento industrial, mas também em termos de políticas, onde a análise econômica de um país é fundamental para a formação de políticas econômicas e sociais eficazes.
Divisões da Geografia Econômica
A Geografia Econômica pode ser estudada de três formas diferentes:
- Geografia Econômica Teórica: diz respeito a construção de teorias e filosofias sobre as relações entre os espaços e a distribuição das atividades humanas.
- Geografia Econômica Histórica: faz um corte histórico do desenvolvimento de uma economia em determinado espaço.
- Geografia Econômica Regional: analisa as condições econômicas de uma determinada região.
Ainda, essas três frentes de estudo podem ser aplicadas nas seguintes especializações da Geografia Econômica.
Geografia agrária: é um ramo da Geografia que se desenvolve há cerca de 50 anos, que faz o estudo dos territórios rurais, atividades econômicas e modos de vida desenvolvidos ali, além de suas relações com as zonas urbanas. Basicamente, refere-se ao estudo das atividades humanas relacionadas ao setor primário da economia (agricultura, pecuária, extração, mineração, etc.).
Geografia Industrial, do Comércio e Serviços: diz respeito ao estudo e análise das formações de indústrias nos espaços. Esse ramo de estudo leva em consideração fatores naturais como: clima, matéria prima; de transporte e distribuição, energia, além da presença de mão-de-obra e consumidores.
Geografia dos Transportes: Investiga as interações entre diferentes espaços. Essa disciplina estuda todas as redes de transporte disponíveis em uma região, seja de deslocamento humano, seja de carga, com o objetivo de proporcionar meios de desenvolvimento econômico e social. São considerados todos os tipos de meio de transporte, porém, alguns estudiosos apontam para uma falta de reconhecimento da importância dos meios de transporte marítimos, uma vez que nas cartografias geralmente são indicados apenas os portos terminais, e não as rotas possíveis.
Através dos estudos da Geografia Econômica pode-se compreender com mais clareza as atividades econômicas, sociais e culturais de diversas regiões, assim como prever tendências e adaptabilidades econômicas e criar políticas adequadas.